Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/5514
Title: Asma e saúde oral: relação e estratégias preventivas
Authors: Costa, Ana Luísa Moreira 
Orientador: Cardoso, Salvador Massano
Bulhosa, José Alberto Frias de Vasconcelos
Keywords: Asma; Serviços de saúde infantil; Medicina dentária; Saúde oral
Issue Date: 2008
Abstract: À excepção da cárie dentária, a asma é a patologia crónica de maior prevalência na infância. Diversos estudos têm demonstrado um risco acrescido em termos de patologia oral por parte das crianças asmáticas, ainda que não tenha sido encontrado um consenso relativamente a esta problemática. Atendendo ao facto de que estas crianças constituem um grupo numeroso e tendencialmente crescente na consulta de Odontopediatria, todas as particularidades relacionadas com a sua Saúde Oral deverão merecer uma atenção cuidada por parte dos Médicos Dentistas. Reveste-se de extrema importância determinar a existência deste comprometimento da Saúde Oral em crianças asmáticas, quais as evidências inerentes e ainda as eventuais implicações quer clínicas, quer em termos de Saúde Pública. A amostra foi constituída por 107 crianças asmáticas, 59 do sexo masculino e 48 do sexo feminino, de idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos (média: 8,67 anos (dp=2,53)); a observação e registo, efectuados segundo os critérios estabelecidos pela OMS para este tipo de levantamentos epidemiológicos, visaram a cárie dentária, alterações periodontais, determinação do fluxo salivar total estimulado, capacidade tampão e concentração salivar de S.mutans e Lactobacillus; foram ainda indagados factores de índole social, comportamental e dietéticos. O estudo decorreu no Hospital Pediátrico de Coimbra após apreciação ética. Foi efectuada calibração intra-observador e prevenção de infecção cruzada. O tratamento estatístico dos dados contemplou uma vertente descritiva, ainda que tenham igualmente sido efectuadas análises de correlação recorrendo ao Teste t de Student e χ2 . Foi considerado um intervalo de confiança a 95% e significância estatística para p≤ 0,05. O valor calculado para o coeficiente KAPPA foi de 0,85, o que traduz uma elevada concordância nos resultados das observações. Foi obtida uma prevalência de cárie de 57,6% na dentição decídua, com cpo aos 6 anos de 2,33 (dp=3,94) e aos 12 anos de 1,63 (dp=2,39). Na dentição definitiva, obtida uma prevalência de cárie de 36,3%; aos 6 anos, encontrado um valor de CPO de 0,50 (dp=1,41) e aos 12 anos de 2,00 (dp=2,77). Formação de cálculos e inflamação gengival detectadas em 59,8% das crianças, enquanto que em 26,2% foram observadas lesões de hipomineralização do esmalte. Uma baixa nos valores do fluxo salivar total estimulado e na capacidade tampão da saliva registados em 21,0% e 19,0%, respectivamente. Não foram descritos quaisquer casos de erosão dentária, refluxo gastroesofágico ou candidíase; em grande parte da amostra a concentração salivar de S. mutans e Lactobacillus era superior a 105 CFU /ml de saliva e, relativamente aos hábitos de higiene, um elevado número de crianças ou não escovava ou efectuava uma escovagem dentária única diária, nem sempre ao deitar. Associações estatisticamente significativas (p≤0,05) verificadas entre a capacidade tampão salivar e o fluxo salivar total estimulado, a capacidade tampão salivar e a concentração salivar de S. mutans e Lactobacillus, desta com os índices cpo / CPO e entre o nível de formação da mãe e os mesmos índices; foi ainda encontrada uma relação estatisticamente significativa entre a administração sistémica prévia de fluoretos e o índice CPO. Não foram consideradas estatisticamente significativas (p> 0,05) as associações entre o tipo e frequência de medicação e a concentração salivar de S. mutans e Lactobacillus, o fluxo salivar total estimulado e a terapêutica preventiva da asma ou os índices cpo / CPO, a idade média de início de medicação ou a medicação prévia com xaropes açucarados e os índices cpo / CPO, assim como com os cuidados de higiene. Considerando o facto que, com este estudo, nem todas as hipóteses relativas ao risco aumentado de patologia oral por parte das crianças asmáticas foram comprovadas, continua em aberto a necessidade de efectuar estudos longitudinais, com amostras ainda mais significativas. No entanto, medidas preventivas e terapêuticas necessitam de ser urgentemente tomadas, assumindo aqui o Médico Dentista um papel essencial.
URI: https://hdl.handle.net/10316/5514
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Med. Dentária - Teses de Mestrado

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