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Título: Memórias incómodas e rasura do tempo: Movimentos estudantis e praxe académica no declínio do Estado Novo
Autor: Cardina, Miguel 
Palavras-chave: Movimentos sociais; Movimentos estudantis; Estado Novo; Praxe académica; Universidade de Coimbra; Universidade; 1969; Memória; Contestação
Data: 2008
Editora: Centro de Estudos Sociais
Título da revista, periódico, livro ou evento: Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume: 81
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Apesar das repetidas evocações consagradas às lutas estudantis dos anos sessenta e setenta, persistem ainda lacunas e mal-entendidos que levam à manutenção de uma memória demasiado selectiva. O presente texto relaciona os movimentos estudantis desse período com as mutações então ocorridas no terreno da praxe académica em Coimbra, colocando em evidência o modo como durante cerca de dois decénios se foi construindo uma forma de estar e agir distante dos tópicos do tradicionalismo coimbrão e até mesmo em ruptura com ele. Simultaneamente, problematiza-se a imagem de um tempo contestatário focalizado quase exclusivamente na “crise de 69”, chamando a atenção para algumas margens de esquecimento promovidas pela associação da memória dos combates estudantis dos “longos anos sessenta” a esse momento mais grandioso.
Despite repeated evocations of the student struggles of the 1960s and 1970s, blanks and misunderstandings persist which lead to the presence of a too selective memory. This paper links the student movements of the time with the mutations which have since taken place in the field of Coimbra’s traditional student codes (‘praxe académica’), highlighting how, over a period of some two decades, a new way of being and acting was constructed, creating a distance from the topics of Coimbra’s traditions and even a break with these. At the same time, this paper problematizes the image of a time of dissidence focused almost exclusively on the ‘1969 crisis’, drawing attention to a number of forgotten margins promoted by the association of the memory of student dissent in the ‘lengthy sixties’ to that more noteworthy moment.
Malgré les évocations répétées qui ont été consacrées aux luttes étudiantes des années soixante et soixante-dix, il y a encore des lacunes et des malentendus qui mènent au maintien d’une mémoire trop sélective. L’article met en relation les mouvements étudiants de la période avec les mutations qui étaient en train d’avoir lieu au terrain des codes étudiants traditionnels (“ praxe académica ”) à Coimbra et il met en évidence la façon comment pendant environ deux décennies s’établit graduellement une forme d’être et d’agir lointaine des lignes de force du traditionalisme de Coimbra et même en rupture avec elles. En même temps, il problématise l’image d’un temps de contestation centré presque en exclusif sur la “crise de 69”, en attirant l’attention sur quelques marges d’oubli favorisées par l’association de la mémoire des combats étudiants des “longues années soixante” avec ce moment plus grandiose.
URI: https://hdl.handle.net/10316/33802
ISSN: 0254-1106
2182-7435
DOI: 10.4000/rccs.654
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:I&D CES - Artigos em Revistas Nacionais

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