Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/32275
Título: Matéria das Astúrias. Ritmos e realizações da expansão asturiano-leonesa no actual centro de Portugal. Séculos VIII-X
Autor: Fernandes, Paulo Manuel Quintas de Almeida 
Orientador: Macedo, Francisco Pato de
Palavras-chave: História da Arte Medieval; Reino de Astúrias; Moçárabes; Viseu
Data: 31-Mar-2017
Citação: FERNANDES, Paulo Manuel Quintas de Almeida - Matéria das Astúrias : ritmos e realizações da expansão asturiano-leonesa no actual centro de Portugal : séculos VIII-X. Coimbra : [s.n.], 2017. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/32275
Resumo: Há muitas formas de caracterizar o século VIII. Neste estudo, pretendi esclarecer o real alcance dos agentes de Córdova e de Oviedo no Ocidente peninsular e discutir a importante acção de berberes e de moçárabes naquele primeiro século do Emirato de Córdova e do reino das Astúrias. O resultado final é um contributo para a definição de um panorama mais rigoroso acerca de um século sobre o qual se sabe ainda tão pouco. Esclarecidas as “fronteiras” (ou a sua ausência) entre os blocos civilizacionais que, na Idade Média, protagonizaram a (re)conquista, pretendi estudar a forma como os agentes colonizadores asturianos e leoneses se instalaram no espaço entre os rios Douro e Mondego, a partir da segunda metade do século IX. Assumindo que existiram terras de ninguém - no sentido em que, durante muito tempo, largas faixas da Península Ibérica não estiveram vinculadas a poderes delegados de Córdova ou de Oviedo-León e que, por isso, mantiveram ou criaram fórmulas específicas de auto-regulação - concluo que a acção colonizadora setentrional terá sido tendencialmente pacífica (sem que subsista notícia acerca de enfrentamentos militares pela posse do território) e de uma extraordinária amplitude geográfica, que abarca praticamente todo a área entre o rio Côa e o Oceano Atlântico, e entre o rio Douro e regiões mais difusas a Sul da Serra da Estrela e do rio Mondego. Esta dinâmica colonizadora globalizante em direcção ao actual centro de Portugal, que a documentação da época situa sobretudo numa faixa ocidental mais litoral, entre Santa Maria da Feira e Coimbra, conhece-se especialmente graças aos contributos da História da Arte e da Arqueologia. No vasto território interior entre Penacova e Numão, entre Arouca e Trancoso, subsistem os vestígios materiais mais impressivos da primeira expansão do bloco cristão setentrional sobre o Ocidente peninsular. Neste âmbito, S. Pedro de Lourosa continua a ser a principal referência construtiva (enriquecida, em anos recentes, com novas e problemáticas leituras sobre o que representa). Mas a análise territorial mais profunda, que tive ocasião de sintetizar, reafirma a verdadeira importância de outros locais, como S. Pedro de Balsemão, o Mosteiro de Fráguas, S. Martinho da Várzea de Lafões, a Sé de Viseu, o castelo de Trancoso, a Senhora do Barrocal, a igreja do Prazo, e um número crescente de sítios onde os agentes asturianos e leoneses deixaram registo material da sua instalação. Durante século e meio, diferentes vagas da expansão asturiana e leonesa alteraram profundamente a paisagem construída do território. Entre os agentes da colonização conta-se um príncipe, um rei, diversas famílias condais, bispos, comunidades monásticas, presbíteros e um número indeterminado de homens e mulheres livres, atraídos pelas possibilidades oferecidas por toda uma região a presuriar. Os dados reunidos nesta tese asseguram ao centro do actual território de Portugal continental o estatuto de capítulo essencial para a história dos reinos de Astúrias e de Leão. Foi aqui que aquelas unidades políticas mais se expandiram para Sul até finais do século X. E é aqui que se encontram materiais em quantidade e qualidade inequívocas da sua presença.
There are many ways to define the 8th century. In this thesis, I intend to clarify the limits of Cordova and Oviedo’s authority in Western peninsula and discuss the important role played by Berbers and Mozarabs in those initial times of Cordova’s Emirate and the reign of Asturias. I believe that the final result is a valid contribution to define a close comprehensive overview about most Middle Ages’ unknown century. Enlightened the “borders” between the two political blocks that played the leading role in what is known as the Reconquest, or assuming the absence of boundaries between them in those early times, I meant to study how Asturian and Leonese settlers colonized the huge space between the rivers Douro and Mondego, from the second half of the 9th century on. To do so, I assume that no men lands really existed. There was a time in Iberian Peninsula that large fragments of land had no political connections with Cordova or Oviedo-León and, therefore, the inhabitants there settled, kept or had to create their own specific features of existence. I conclude, however, that northern colonization was both pacific and reached all parts of that region, from the Atlantic Ocean to Côa river, and from the Douro river to more scattered areas south of the Estrela mountain and Coimbra. This extraordinary dynamic towards the centre of what is now Portugal is specially known thanks to contributions from archaeology and history or art, because documentation from this period is basically limited to a western corridor between Santa Maria da Feira and Coimbra. It is, in fact, in a more interior region between Penacova, Numão, Arouca and Trancoso that we find impressive materials dating from that initial northern Christian expansion. In this chapter, the church of São Pedro of Lourosa is still the main artistic reference, today enriched with new and problematic interpretations about what the building stands for. The deeper research I had the opportunity to carry out firms up the true importance of other places to this subject, such as S. Pedro of Balsemão, Fráguas’ monastery, S. Martinho of Várzea de Lafões, the cathedral of Viseu, Trancoso’s castle, the archaeological site of Senhora do Barrocal, the church of Prazo, and a growing number of sites where Asturian and Leonese people left material traces of their settlement. In this extensive region, for one and a half century, different waves of northern expansion were responsible for the complete landscape change. Among the settlers, we can find a prince, a king, several earls and families, bishops, monks, presbyters and an undetermined number of free women and free men, attracted by the possibilities of a whole region to take possession of. Data here gathered certify that the centre of nowadays Portugal is part of an essential chapter to characterize Asturian and Leonese history. It was here that those political formations reached their most significant southern expansion until the end of the 10th century. And it is still here that we find major material evidences of its presence, both in quality and quantity.
Descrição: Tese de doutoramento em História da Arte, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/32275
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Artes - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
Matéria das Astúrias.pdftese completa24.45 MBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Visualizações de página 10

1.237
Visto em 16/abr/2024

Downloads 10

2.990
Visto em 16/abr/2024

Google ScholarTM

Verificar


Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.