Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/31325
Título: Palimpsesto ósseo. Estudo de lesões proliferativas do periósteo na colecção dos esqueletos identificados de Coimbra
Autor: Alves, Alexandrina Amorim 
Orientador: Umbelino, Cláudia
Palavras-chave: Antropologia biológica; Paleopatologia; Periósteo; Lesões proliferativas do periósteo; Colecção dos Esqueletos Identificados
Data: 2015
Citação: ALVES, Alexandrina Amorim - Palimpsesto ósseo. Estudo de lesões proliferativas do periósteo na Colecção dos Esqueletos Identificados de Coimbra. Coimbra : [s.n.], 2015. Dissertação de mestrado em Evolução e Biologia Humanas.
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: A paleopatologia dedica-se ao estudo da doença nas sociedades pretéritas através da análise e interpretação dos vestígios biológicos, bem como de outras fontes. Nas amostras arqueológicas surgem, recorrentemente, lesões classificadas como infecções não-específicas, denominadas de “periostite”. Clinicamente a periostite é definida como uma inflamação do periósteo resultante de um traumatismo ou secundária à propagação de uma infecção inflamatória ou geral. Esta alteração no normal funcionamento do periósteo pode culminar numa reacção do tecido ósseo adjacente, podendo manifestarse quer através de lesões osteolíticas, como proliferativas. Recentes estudos, no entanto, demonstram que as reacções proliferativas do periósteo podem ser originadas por um vasto leque de condições patológicas, onde o processo inflamatório não está implícito, nomeadamente disrupções na circulação sanguínea, condições metabólicas, contenção de tumores, entre outros. Com o presente trabalho procurou-se, então, verificar se diversas condições patológicas ostentavam lesões proliferativas do periósteo com características macroscópicas distintas, bem como perceber a existência de alguma relação entre sexo, idade e causa de morte. Para o efeito, recorreu-se a uma amostra selecionada a partir da Colecção dos Esqueletos Identificados do DCV da Universidade de Coimbra, uma vez que são conhecidos diversos parâmetros dos indivíduos, como o sexo, a idade e a causa de morte, entre outros. Desta forma, foram seleccionados 170 indivíduos, 89 (52,4%) de sexo masculino e 81 (47,7%) femininos, com uma baliza etária compreendida entre os 8 e 95 anos de idade à morte. Foram agrupados, com base na causa de morte, em seis grupos, sendo eles o das doenças circulatórias, infecciosas, metabólicas, neoplásicas, mortes traumáticas/violentas e uma amostra de controlo. Destes, 155 (91,2%) apresentaram lesões proliferativas do periósteo em um ou mais ossos, distribuídos uniformemente por sexo (masculino: 85/155; 54,8%; feminino: 70/155; 45,2% - χ2Yates= 3,295; g.l.= 1; p= 0,069). As lesões afectam indivíduos de todas as faixas etárias contempladas, não obstante denotou-se uma prevalência em indivíduos adultos idosos (χ2= 14,281; g.l.= 3; p= 0,003), apresentando estes um risco superior de desenvolverem lesões proliferativas do periósteo (OR= 13,468; IC95%: 1,729-104,941). Quando averiguada a distribuição das lesões proliferativas do periósteo, atendendo à causa de morte, destacam-se três grupos com uma prevalência de superior a 95% de indivíduos lesados, sendo eles o grupo das doenças infecciosas (35/36; 97,2%), desordens metabólicas (29/30; 96,7%) e circulatórias (25/26; 96,2%). De um ponto de vista macroscópico não foram verificadas características distintivas das formações ósseas entre as diversas causas de morte. De uma forma geral, a idade parece ser um factor determinante para a prevalência de lesões proliferativas do periósteo, tendendo a sua frequência a aumentar com a idade. Este factor poderá ser justificado pelo facto de um aumento da idade média de vida expor os indivíduos durante mais tempo a vários agentes patogénicos, bem como a lesões traumáticas. De igual forma, aumenta a probabilidade de desenvolverem doenças degenerativas. A interpretação deste tipo de lesões proliferativas requer, assim, cautela, uma vez que vários processos patogénicos podem originar estas reacções com características similares.
Paleopathology is the science that studies pathologies in past populations through the analysis and interpretations of skeletons, and others sources. In archaeological record there is a high frequency of lesions that are usually classified as “non-specific infections” that includes periostitis. Clinically, periostitis is defined as an inflammation of the periosteum originated by trauma or an infectious process. This disruption of normal functioning of the periosteum may result in a bone tissue reaction that manifests through bone resorption or new bone proliferation. Albeit new studies have shown that periosteal reactions may be originated by different pathological conditions, such as circulatory disorders, metabolic diseases, tumours contention, among others. The aim of this study was to identify macroscopic differences in periosteal new bone formation in association with pathological conditions. Also, we tried to identify the existence of any link between periosteal new bone formation, sex and age at death. For this purpose a sample from the Identified Skeletal Collection (DCV- Coimbra University) was selected. In this Collection some variables are known, such as sex, age, and cause of death, as they are also from a pre-antibiotic era. The sample was compose of 170 individuals, 89 (52.4%) males and 81 (47.7%) females, with ages between 8 and 95 years old. They were classified by their cause of death and divided into six groups: circulatory disorders, infectious diseases, metabolic disorders, neoplastic conditions, traumatic/violent deaths and a control group. Of the 170 individuals, 155 (91.2%) have showed periosteal new bone formations in one or more bones. No differences were seen between sexes (85 males and 70 females - χ2Yates= 3,295; d.f.= 1; p= 0,069). All ages have showed periosteal new bone formations, but older individuals (over 51 years of age) were more likely to be affected (χ2= 14,281; d.f.= 3; p= 0,003 - OR= 13,468; IC95%: 1,729104,941). When analysed the cause of death three groups showed a frequency of individuals with periosteal new bone formation higher than 95%, which are: infectious diseases (35/36; 97.2%), metabolic disorders (29/30; 96.7%) and circulatory disorders (25/26; 96.2%). Macroscopically no differences were seen between new bone formations and the cause of death. Interpreting the data it is visible that the age seems to be a decisive factor for prevalence of periosteal new bone formation. This can be explained by the fact that older individuals are more exposed to pathogenic agents and susceptible to traumatic lesions, as they also have higher risks to develop degenerative diseases. The interpretation of periosteal new bone formation requires caution as they can be caused by different pathogenic processes and show similar morphologic traits.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/31325
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:I&D CIAS - Dissertações de Mestrado
UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado

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