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Título: Ensaio metodológico sobre a importância da modelação espacial da sinuosidade rodoviária para apoio à decisão no ataque inicial aos incêndios florestais: o exemplo da serra da Lousã
Autor: Félix, Fernando Ricardo Ferreira 
Orientador: Lourenço, Luciano
Santos, José Gomes
Palavras-chave: Incêndios Florestais; Sinuosidade rodoviária; Tempos de deslocação; Ataque Inicial; Índice de Sinuosidade; Modelação Espacial; Meios de Combate; Sinuosity Index; Spatial Modeling; Initial Attack; Firefighting Means; Forest Fires
Data: 21-Out-2014
Citação: FÉLIX, Fernando Ricardo Ferreira - Ensaio metodológico sobre a importância da modelação espacial da sinuosidade rodoviária para apoio à decisão no ataque inicial aos incêndios florestais: o exemplo da serra da Lousã. Coimbra : [s.n.], 2014. Dissertação de Mestrado. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/27444
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Os espaços de montanha são, sem sombra de dúvida, um marco no território nacional, representando cerca de 20% do espaço continental (P. CARVALHO, 2008). Dadas as características mediterrâneas do clima português e as especificidades destes espaços, os incêndios florestais encontram nas áreas de montanha o seu apogeu, daí a existência de grandes áreas ardidas. A paisagem da área de estudo, a serra da Lousã, sofreu importante ação antrópica, onde as florestas abertas e as áreas de cortes ou de novas plantações representam 26,15 % do uso do solo, pelo que não admira que seja um espaço marcado pela ocorrência dos incêndios florestais. A média anual da área ardida, entre 1975 e 2012, situou-se pelos 3.460 hectares, fazendo com que cerca de 63,33% do território já tenha ardido, havendo uma reincidência de até 5 vezes, pelo que hoje já quase nada se vislumbra da sua floresta autóctone. Considerando os 5 anos mais críticos, a nível das áreas ardidas, observou-se que cerca de 70% da área ardida decorreu fora do denominado “período crítico”, quando não está assegurada a prontidão dos meios de combate aos incêndios florestais. A estratégia de combate assenta no estacionamento dos meios, nos quartéis; as especificidades do espaço de montanha impõem um traçado sinuoso ao sistema rodoviário, o qual aumenta as distâncias entre o quartel de bombeiros e as principais manchas florestais, pois a influência da topografia na sinuosidade rodoviária é notória. Neste trabalho, a sinuosidade rodoviária, entendida como a diferença entre a distância observada e a distância real, foi analisada como um potencial fator que influencia a velocidade e a distância efetiva percorrida pelos meios terrestres. De facto, na área de estudo, o índice de sinuosidade é de 1,150 na área baixa (< 215m) e de 1,402 na área alta (> 215m), o que atrasa o tempo de resposta da primeira intervenção, que se quer rápida, ou seja, inferior a 20 minutos, mas em que cerca de 10% da área se encontra com tempos de deslocação >20 minutos. Ora, como qualquer intervenção dos Bombeiros para combate a incêndios florestais implica, necessariamente, a deslocação de meios humanos e mecânicos, abastecidos de água, para as áreas florestais, a qualidade dos acessos torna-se um aspeto fundamental a ter em consideração. Todavia, nem sempre as estradas e caminhos florestais facilitam essa tarefa, pois, pela sua própria natureza, apresentam dificuldades acrescidas para a progressão de homens e máquinas (sinuosidade, diferenças de cotas, tipo de piso, largura da via), pelo que um dos objetivos do ataque inicial, o de colocar, no local do incêndio, o primeiro meio de intervenção operacional até 20 minutos após o despacho, está à partida bastante condicionado nas áreas de montanha, o que dificulta que, no mais curto espaço de tempo possível, se possa projetar sobre o local de ignição a quantidade de água necessária e suficiente para a sua extinção, por forma a evitar que o incêndio assuma maiores proporções. Para além disso, foi também realizada uma avaliação do nível de suscetibilidade no território em estudo, através da ponderação e análise dos tipos de uso do solo, da reincidência de incêndios e das classes de declives. Verificou-se que cerca de 68% das suas áreas são críticas (suscetibilidade elevada, muito elevada e máxima), o que se reflete na necessidade de adequar a dispersão de meios de combate às caraterísticas destas áreas. Partindo da premissa de que os incêndios florestais, apesar dos esforços para evitar a sua eclosão, continuarão a ocorrer em quantidade considerável, devem ser adotadas medidas que não só visem dificultar a sua propagação, mas também potenciem a sua rápida extinção, através do combate. Pelo que é crucial proceder à modelação espacial dessas condicionantes, não só para identificar áreas críticas, de suscetibilidade elevada, mas também para planear os tempos de intervenção, onde o destacamento de meios terrestres de combate para locais estratégicos de pré-posicionamento é fundamental para uma resposta atempada.
The mountain areas are, undoubtedly, a landmark in the national territory, representing around 20% of the continental area of the country (P. CARVALHO, 2008).. Given the mediterranean characteristics of the Portuguese climate and the specificities of the mountain areas, forest fires find their apogee in these areas which, therefore, show large burned areas. The landscape of the study area, the Lousã mountain, has suffered important anthropic actions, with 26,15% of its area being currently occupied by transitional woodland-scrub land cover. It is, thus, not surprising that this territory is marked by the occurrence of forest fires. Between 1975 and 2012, the annual average of burned area was 3.460 ha, 63,33% of the study area was burned at least once and the recurrence of fires reached up to 5 times, resulting in the almost complete disappearance of the native forest. Considering the 5 most critical years, regarding burned areas, it was found that near 70% of the burned area occurred outside the “critical period”, when is not assured the readiness of forest fires combating means. The firefighting strategy is based on the vehicles being located in the fire stations; the particular conditions of mountain areas impose a sinuous shape to the roads, increasing the distances between the fire stations and the main forested areas and demonstrating the strong influence of the topography on the sinuosity of the roads. In this study, the sinuosity, defined as the difference between the observed and the real distances, was analyzed as a potential factor that influences the velocity and the effective distance covered by the terrestrial means. In fact, in the study area, the sinuosity index is of 1,150 in the low area (< 215m) and of 1,402 in the high area (> 215m). These conditions delay the response time of the first intervention of firefighters, which is intended to be quick, under 20 minutes; however, in around 10% of the study area, this threshold is surpassed. Assuming that forest fires, despite the efforts to prevent their ignition, will continue to occur in a considerable number, measures should be taken not only to hamper their spread, but also to enhance their rapid extinction, through firefighting activities. As such, since any intervention of firefighters regarding forest fires implies, inevitably, the displacement of human and mechanical means to the forest areas, with water available, the quality of the roads and paths becomes a crucial aspect to consider. Nevertheless, the paved and forest roads do not always facilitate this task, as they may present conditions that make it difficult for men and machines to move (sinuosity, differences of altitude, type of cover material, width). As one of the objectives of the initial attack is to put the first operational mean (vehicle) of intervention at the fire location in less than 20 minutes, this is rather difficult to achieve in mountain areas, hindering the purpose of spraying enough water over the ignition spot in the shortest time possible in order to prevent fire spread and the occurrence of large burned areas. Furthermore, an assessment of the level of susceptibility to fires was also carried out in the study area, by weighting and analyzing the types of land use, fire re-incidence and slope classes. It was verified that around 68% of the area is critical (high, very high and maximum risk levels), which reflects the need of adjusting the dispersion of firefighting means to the characteristics of the area. The spatial modeling of these conditions is of utmost importance, not only to identify the critical areas, of high susceptibility, but also to plan the times of intervention, where the displacement of terrestrial firefighting means for strategic locations chosen beforehand, is crucial for a timely response.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Geografia Física, na área de especialização em Ambiente e Ordenamento do Território apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/27444
Direitos: openAccess
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FLUC Geografia - Teses de Mestrado

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