Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/24600
Title: Avaliação do estado nutricional das crianças com idades entre 10 e 12 anos e problemas associados: meio rural vs meio urbano
Authors: Macieira, Luísa Maria de Morais 
Orientador: Santos, Lélita
Keywords: Avaliação nutricional; Estado nutricional; Criança
Issue Date: 2011
Abstract: Dois terços da população mundial apresentam má nutrição calórico proteica. Nos países subdesenvolvidos onde uma das principais causas de mortalidade infantil é uma má nutrição com défice de aporte proteico e calórico, conduzindo à desnutrição, deficiente resposta do sistema imunitário, aumento de doenças e morte. No lado oposto temos os países desenvolvidos e em desenvolvimento com má nutrição, por excesso de aporte de alguns nutrientes como as gorduras saturadas, açucares e as proteínas de origem animal e deficiência de outros. Este excesso conduz à obesidade e morte. A prevalência da obesidade tem vindo a aumentar, adquirindo nos nossos dias o estatuto de Epidemia Global - Doença do século XXI (OMS). Nos EUA atinge grande pico nos anos 70, depois atinge a Europa, onde ainda hoje em muitos países continua a aumentar. Em Portugal, principalmente na idade adulta registou-se um aumento significativo da prevalência do excesso de peso/obesidade entre 1995 – 1998 e 2003 – 2005, de 49,6% para 53,6% (Carmo I, 2008). Relativamente `a prevalência de excesso de peso/obesidade existem poucos estudos, não existe um diagnóstico da situação. Refere-se um estudo realizado por Padez C. em 2004 em crianças (7-9 anos) (Padez C. 2004) onde a percentagem de excesso de peso/obesidade foi de 33% no sexo feminino e 28% no masculino. Refere-se, um outro com adolescentes (11, 13, 15, e 16 anos) integrado no Projecto da Organização Mundial de Saúde, Health Behaviour in School-Aged Children (HBSC) (Gaspar de Matos M e Projecto Aventura Social e Saúde, 2002). Neste estudo 17,9% de excesso de peso/obesidade era apresentado pela amostra. A obesidade apresenta etiologia multifactorial, o ambiente genético, o ambiente familiar com a partilha de hábitos culturais, alimentares de sedentarismo e de actividade física desempenham papel importante e determinante no aparecimento da obesidade. A obesidade associa-se a morbilidades e comorbilidades que representam também elas um problema grave para o indivíduo e para a sociedade. Destaca-se as deslipidémias, hipertensão arterial, diabetes tipo2, patologia ortopédica, esteatose hepática, alterações psicológicas, entre outras. 12 O tratamento da obesidade é difícil e requer uma abordagem adequada e o envolvimento da família, escola, ambiente de amigos, e a vontade da criança/jovem. Ao desenvolver o presente estudo os principais objectivos foram a determinação da taxa de obesidade em crianças/adolescentes com 10-12 anos, provenientes uns do meio urbano e outro do meio rural; Identificação de factores de risco para a taxa de obesidade; Avaliar a presença de possíveis associações entre marcadores clínicos e bioquímicos e a comorbilidade dependente da obesidade. Incluímos na amostra crianças do meio rural Vila de Rei, e as do Colégio S. José no Centro de Coimbra representantes do meio urbano. O estudo iniciou-se em Setembro de 2006 e terminou em Outubro de 2007 participaram 129 crianças/adolescentes. Do estudo fez parte a realização de um inquérito alimentar e de sedentarismo/actividade física, avaliação clínica (antropométrica com determinação do IMC, avaliação de pregas cutâneas, perímetros, e tensão arterial), antecedentes familiares de obesidade ou excesso de peso, avaliação da composição corporal com determinação da massa gorda e massa magra através da impedância bioeléctrica; avaliação de parâmetros biológicos, glicemia, insulina, leptina, colesterol total, HDL-c, LDL-c e triglicerídeos. Obtivemos uma taxa de obesidade de obesidade de 16,8%, e de excesso de peso/obesidade de 29,2%. Não se registaram diferenças entre o meio urbano e rural na prevalência de obesidade. Constatámos que no meio urbano o consumo de fruta é maior assim como o de peixe e carne, no meio rural o consumo de guloseimas, gelados, pizzas e hambúrgueres, assim como o de refrigerantes é maior. No meio urbano as crianças, praticam mais actividades físicas para além da educação física nas aulas em maior percentagem que as do meio rural. As crianças do meio rural praticam mais a caminhada superior ou igual a 30 minutos diários isoladamente como prática de exercício físico mais frequentemente que no meio urbano. Como factores de risco para a obesidade estatisticamente significativo, ser filho de pelo menos um dos pais obeso (p=0,001), a percentagem de obesidade nas crianças/adolescentes com pelo menos um pai obeso é 60,0%, se não tiver nenhum dos pais obesos a percentagem de obesidade foi de 9,3%. Concluímos que ter um pai obeso aumenta a ocorrência de obesidade 16 vezes; A ocorrência de obesidade na nossa amostra é cerca de 11 vezes maior naqueles que apresentam gasto energético médio comparativamente com os que apresentam gasto energético elevado (p=0,006) 13 Relativamente aos pais obesos além do ambiente genético que partilham com os filhos, são aqueles que oferecem mais vezes alimentos calóricos aos filhos (guloseimas, pizzas, gelados, hambúrgueres e bolos) (p=0,025), estão em maior número no meio rural e diariamente são os seus filhos que em média fazem mais de 4 refeições por dia. A associação da obesidade com alteração de parâmetros biológicos no nosso estudo, demonstrou se concordante com outros estudos. Todos os obesos têm massa gorda em excesso, todos apresentam perímetro abdominal superior ao percentil 90, todos em mais de 80% apresentam leptina elevada (p <0,001), a insulina sobe com o aumento de peso (p=0,013), as HDL-c apresentam-se diminuídas em 11,1% nos obesos (p=0,012), os triglicerídeos (TG), aumentam com o aumento de peso, tal como as LDLc. Relativamente á tensão arterial a tensão arterial diastólica vai aumentando ligeiramente com o peso (p=0,032). Com este trabalho e com os resultados obtidos, penso que mais urgente, e imperioso se torna uma intervenção profunda e estruturada com envolvimento do poder central, regional, local e entidades de saúde. Medidas devem ser implementadas, alterações de hábitos alimentares, instituir o hábito da prática de desporto adequado desde a infância. A maior e mais adequada sensibilização para o problema da obesidade em Portugal é fundamental.
Two thirds of the world population present bad nutrition in terms of calories and protein. In underdeveloped countries one of the main causes of child death is bad nutrition with deficit of protein and calories, leading to malnutrition, a poor response of the immune system, an increase in illnesses and death. On the opposite side we have the developed and developing countries with bad nutrition, due to an excessive consumption of some nutrients such as saturated fats, sugar and protein of animal origin and lack of some others. This excess leads to obesity and death.The prevalence of obesity has been increasing, and is nowadays considered a Global Epidemic-Disease of the XXI century (WHO).This epidemic reaches a peak in the United States of America in the 70s, then it hits Europe, where it is still increasing in many countries. In Portugal, mainly in adulthood, there is a significant raise of the prevalence of excessive weight/obesity between 1995-1998 and 2003-2005, from 49,6% to 53.6% (Carmo I, 2008). There are very few studies on excessive weight/obesity prevalence, there is no diagnosis of the situation. Reference is made to a study by Padez C. in 2004 on children (7-9 years old) (Padez C. 2004) where the percentage of excessive weight/obesity was of 33% for females and 28% for males. Also referred is a study on adolescents (11, 13, 15 and 16 years old) which is part of Health Behaviour in School-Aged Children (HBSC), a project of the World Health Organization (Gaspar de Matos M and Projecto Aventura Social e Saúde, 2002). In this study 17,9% of the sample had excessive weight/obesity.Obesity has a multifactorial etiology; genetic environment, family environment sharing cultural and feeding habits, sedentarity, lack of physical activity have an important role on obesity. Obesity links itself to morbilities and co-morbilities that represent also a serious problem for both the individual and society. We highlight dyslipidemia, high blood pressure, type 2 diabetes, orthopedic pathology, hepatic steatosis, psychologic alterations, among others.Obesity treatment is difficult and requires an adequate approach and the involvement of family, school, friends and the child/youngster willpower. In the process of developing this study our main objectives were to determine the rate of obesity in children/adolescents of 10-12 years of age, 15 some from the city and some from the rural area; to identify risk factors for obesity rate; to evaluate possible associations between clinical and biochemical markers and comorbility of obesity. We have included children from the rural area of Vila de Rei and children from Colégio S. José, from the centre of Coimbra, representing the city area. The study began in September 2006 and ended in October 2007. The study included a feeding questionnaire and also a questionnaire on sedentarity/physical activitie, clinical evaluation (anthropometric with definition of the body mass index, evaluation of skinfolds, perimeters and blood pressure), family history of obesity or excessive weight, evaluation of body composition and body fat and muscle assessment through bioelectrical impedance; evaluation of biological parameters, glycemia, insulin, leptin, total cholesterol, HDL-c, LDL-c and triglycerides.We obtained an obesity rate of 16,8% and an excessive weight/obesity rate of 29,2%. There were no diferences between city and rural areas on the prevalence of obesity. We observed a larger consumption of fruit in the city, as well as fish and meat; in the rural area there's a larger consumption of sweets, ice-creams, pizzas and hamburguers, as well as sodas. Children in the urban area have more physical activities other than gym class than those in the rural area. These take longer walks (30 minutes or more) more often than children from the city.As statistically significant risk factors for obesity, having at least one obese parent (p=0,001), the percentage of obesity in children/adolescents with at least one obese parent is 60,0%, with no obese parents obesity percentage is 9,3%. We therefore conclude that having an obese parent heightens obesity 16 times; the occurrence of obesity in our sample is about 11 times greater in those with a medium energy consumption in comparison with those with a high energy consumption (p=0,006). Besides the genetic environment they share with their children, obese parents offer food with more calories (treats, pizzas, ice-cream, hamburguers, cakes) (p=0,025), reside more often in the rural area and their children have more than 4 daily meals.The association of obesity an biological parameters in our study has shown to be in accordance to other studies. Every obese person has a surplus of body fat, an abdominal perimeter above the 90th percentile, more than 80% have high leptine (p<0,001), insuline increases with more weight (p=0,013), HDL-c decreases by 11,1% in 16 the obese (p=0,012), triglycerides (TG) increase with more weight, as well as LDLc. Blood pressure and diastolic pressure increases slightly with weight (p=0,032). With this paper and these results we think it's more urgent a deep and structured intervention, in cooperation with the central, regional, and local powers and health entities. Measures should be implemented, changing feeding habits, creating more adequate physical activities programmes since childhood. A bigger and more adequate sensibilisation towards the obesity problem in Portugal is fundamental.
URI: https://hdl.handle.net/10316/24600
Rights: openAccess
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FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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