Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/17895
Título: Prefixação de Origem Proposicional na Língua Portuguesa
Autor: Nunes, Susana Margarida da Costa 
Orientador: Rio-Torto, Graça Maria de Oliveira e Silva
Palavras-chave: Prefixação -- Língua portuguesa; Prefixo -- língua portuguesa
Data: 29-Nov-2011
Citação: NUNES, Susana Margarida da Costa - Prefixação de Origem Proposicional na Língua Portuguesa. Coimbra : [s.n.], 2011
Resumo: O presente estudo visa descrever e explicar a formação de palavras por prefixação, mais especificamente a que envolve os elementos prefixais co-, contra-, entre-, inter-, so(b)-/sub-, sobre- e sem- da língua portuguesa, que procedem de preposições latinas, analisando as suas propriedades combinatórias e semânticas, assim como o modo como estas se repercutem no produto derivacional. Este trabalho ancora-se (i) no modelo associativo de formação de palavras, que defende a articulação estreita entre a estrutura formal e o significado do produto e concebe o constituinte morfológico como um domínio estruturado de construções, assente na interatividade entre a morfologia e os demais componentes da gramática, e (ii) na concepção da linguagem desenvolvida por Jackendoff (2002) que, no programa „arquitetura paralela‟, equaciona uma visão dinâmica de genolexia, partindo do pressuposto de que os operadores afixais transportam especificidades semânticas próprias que se correlacionam com os traços inscritos lexicalmente nas bases, sendo esta operação responsável pela formatação semântica final do produto. Procede-se, no capítulo I, (1) à explanação do modelo teórico-metodológico adotado e (2) à apresentação do status quaestionis sobre prefixação, designadamente no que concerne à relação estabelecida entre elementos preposicionais e elementos prefixais e às distintas propostas de classificação (semânticas, categoriais e não categoriais), aplicadas aos elementos prefixais do português. Segue-se, ainda neste capítulo, (3) a análise da prefixação enquanto processo de formação de palavras, problematizando-se algumas das propriedades comummente atribuídas aos operadores prefixais, nomeadamente (i) o seu caráter homo ou heterocategorial, (ii) o seu poder categorial, (iii) a sua capacidade de alteração da estrutura semântico-conceptual e da estrutura argumental da base a que se acopla e (iv) a informação semântica veiculada pelos elementos prefixais interagentes nos processos de formação de palavras em português. Defende-se, também, a adoção de critérios morfo-sintático-semânticos para a consideração dos elementos prefixais em três grupos distintos: (i) prefixos modificadores (elementos intransitivos que fazem uma predicação sobre as propriedades semânticas da base a que se acoplam, matizando, sobretudo pela introdução de informação de teor avaliativo, o seu significado), (ii) prefixos preposicionais (elementos transitivos que herdam o valor semântico - geralmente locativo - da preposição que lhe está na origem, e que aportam alteração da Estrutura Argumental – EA - da base) e (iii) prefixos argumentais (elementos que introduzem noções como a cooperatividade ou a reciprocidade e que apresentam a capacidade de realizar a alteração do preenchimento de um dos argumentos da base, nomeadamente ao nível dos actantes), podendo, em alternativa, desencadear alteração da EA da mesma. Seguidamente, procede-se, no capítulo II, à análise da prefixação instanciada pelos prefixos que, na fase atual da língua, coincidem com preposições configuracionalmente homólogas (co-, contra-, entre-, inter-, so(b)-/sub-, sobre- e sem-). Estes prefixos, não obstante procederem etimologicamente de preposições, são detentores de características diversas das evidenciadas pelos elementos preposicionais que estão na sua origem, o que se repercute no seu funcionamento enquanto prefixos modificadores, preposicionais ou argumentais. A análise do corpus, maioritariamente extraído de fontes lexicográficas, evidencia a existência de classes prefixais diferenciadas, que fazem da prefixação um domínio heterogéneo. A análise realizada permite-nos explicar, no capítulo III, a existência de diferentes graus de prefixização, desencadeados através de um processo de (des)gramaticalização (Castilho 1997, 2004; Hopper e Traugott 2003; Van Goethem 2009), que dá conta da passagem de uma preposição a um elemento prefixal, tendo por base, segundo Amiot e De Mulder (2002), critérios como (i) o caráter endo- ou exocêntrico do produto compósito, (ii) a homo- ou heterocategorialidade do elemento prefixal em causa, (iii) a manutenção/alteração, no produto, do género e do número da base e (iv) a (in)ativação, no elemento prefixal, de sentidos distintos do do elemento preposicional homólogo. Deste modo, defendemos, com base na análise dos produtos derivacionais prefixados com co-, contra-, entre-, inter-, so(b)-/sub-,sobre- e sem- que os elementos prefixais que coincidem formalmente com preposições devem ser posicionados numa escala, em função do seu grau de prefixização, a qual depende de um processo contínuo de (des)gramaticalização e lexicalização (in)acabadas, o que se repercute na classificação da prefixação como processo de formação de palavras de índole mais derivacional ou mais composicional.
Descrição: Tese de doutoramento em Letras, na área de Línguas e Literaturas Modernas, na especialidade de Linguística Portuguesa, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/17895
Direitos: openAccess
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