Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/12695
Título: Avaliação do consumo de desflurano nos doentes com monitorização da profundidade anestésica através do índice biespectral: estudo comparativo com a monitorização baseada em parâmetros clínicos
Autor: Serra, Sofia Gabriela Afonso Reis 
Orientador: Tavares, Jorge
Viana, Joaquim
Palavras-chave: Anestesia geral; Monitorização; Desflurano
Data: 2009
Resumo: Objectivo: Avaliar o consumo de desflurano nos doentes em que a monitorização da profundidade anestésica foi guiada por BIS (índice biespectral) comparativamente aos doentes em que a monitorização da profundidade anestésica foi apenas baseada nos parâmetros clínicos. Respectivas implicações económicas. Doentes: 60 doentes do Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil do Porto-E.P.E. estado físico ASA (American Association of Anesthesiology) I, II e III, submetidos a cirurgia abdominal por laparotomia, programada e com duração superior a uma hora. Foram excluídos os seguintes grupos populacionais: idade inferior a 18 anos, mulheres grávidas, doentes sob terapêutica crónica com opioídes, doença coronária arterial, doença do sistema nervoso central ou cerebrovascular, toxicodependência, medicação com neurolépticos, história de hipertermia maligna ou hipersensibilidade aos halogenados. Método: Os doentes foram randomizados em dois grupos, pela técnica do envelope fechado, antes da indução anestésica. Grupo I – 30 doentes, monitorização da profundidade anestésica guiada pelo BIS; Grupo II – 30 doentes, monitorização da profundidade anestésica guiada por parâmetros clínicos (pressão arterial, frequência cardíaca, sudação, lacrimejo, outros). Todos os doentes foram pré-medicados com bromazepam. Relativamente à técnica anestésica, a indução fez-se com fentanil 2 μg / kg, propofol 2,5 mg / kg, cis-atracurio 0,1 mg / kg; manutenção com mistura de O2 / ar + desflurano em ventilação controlada e repicagens de opioíde 1 μg / kg com intervalos de 50 minutos e relaxante muscular 0,05 mg / kg conforme necessidade. No grupo I – Fi desflurano foi ajustada para obter valores de BIS 40 – 60, até limite superior recomendado e no grupo II – Fi desflurano foi ajustada segundo os parâmetros clínicos. No fim da cirurgia todos os doentes foram descurarizados, extubados e transferidos para a unidade de cuidados pósanestesicos. O protocolo de analgesia faz-se com paracetamol 1g e tramadol 1,5 mg/kg. Outcomes avaliados: consumo de desflurano (o vaporizador é pesado por balança aferida antes e depois de cada acto anestésico); tempo de extubação e tempo de recobro; implicações económicas globais. O estudo foi tipo caso - controle. Na análise descritiva da amostra, as variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e relativas (%) e as variáveis contínuas utilizando a média e desvio-padrão ou mediana, percentil 25 e percentil 75 (consoante a distribuição desta seja simétrica ou assimétrica). Para testar as hipóteses foi aplicado o teste Qui– quadrado ou o teste exacto de Fisher ou teste de Mann-Whitney conforme apropriado. Os dados foram apresentados como média ± desvio padrão e foi utilizado um nível de significância de 0,05. Resultados: Dos 60 doentes incluídos no estudo, três foram excluídos. Os grupos foram comparáveis entre si quanto à idade, sexo, peso, estado físico ASA, pré-medicação e parâmetros de monitorização clínica inicial. O tipo de cirurgia e duração da anestesia não diferiram. Não houve casos de awareness. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos, no consumo de desflurano (mg / kg / min) e tempo de extubação orotraqueal. O grupo I (monitorização da profundidade anestésica através do índice biespectral) consumiu menos desflurano (mg / kg / min) e apresentou tempos de extubação orotraqueal mais precoces, relativamente ao grupo II (monitorização da profundidade anestésica guiada por parâmetros clínicos). Os scores de admissão / alta, tempo de recobro e necessidades analgésicas foram sobreponiveis. Discussão: Os resultados deste neste estudo, foram de acordo com os trabalhos publicados por Kreuer (Anesthesiology 2003), Bruhn (Br. J. Anaesth. 2005), Gan (Anesthesiology 1997), Song (Anesthesiology 1997), entre outros. A monitorização BIS aumentou o custo directo da anestesia tendo em conta o valor do sensor. Todavia, mesmo monitores actualmente admitidos como indispensáveis na anestesia também não demonstraram beneficio numa relação custo-eficácia. Conclusões: A monitorização da profundidade anestésica guiada por BIS, comparativamente à monitorização baseada apenas em parâmetros clinicos permitiu uma redução no consumo de desflurano e um tempo de extubação orotraqueal mais curto, sem variação do tempo de recobro. Económicamente, mesmo considerando a redução do gasto de desflurano por kilograma e por hora, o custo do sensor fez com que o BIS aumentasse os gastos com a anestesia; os critérios para a sua utilização devem ser individualizados.
Descrição: Dissertação de mestrado em Anestesologia e Terapêutica da Dor, apresentada à Fac. de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/12695
Direitos: embargoedAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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