Protocolos de fisioterapia no tratamento da dor muscular em pacientes com disfunção temporomandibular: estudo piloto

Abstract

Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTM) consistem num conjunto de patologias que afetam o sistema estomatognático e que podem ter origem articular e/ou muscular. Este estudo piloto teve como objectivo encontrar a melhor metodologia para um estudo mais alargado em que se compare os resultados de diferentes protocolos de fisioterapia no tratamento da dor muscular em casos de DTM, relativamente a um grupo controlo, compreendendo qual o impacto destes na redução da dor muscular e na qualidade de vida dos doentes. Material e métodos: Foram selecionados 8 doentes com diagnóstico de DTM (estabelecido através do DC/TMD) de origem muscular. Depois de verificar que cumpriam com os critérios de inclusão, estes foram divididos por 3 grupos. Cada grupo tinha um protocolo de intervenção distinto em relação à intervenção terapêutica: terapia manual, exercício terapêutico e educação (controlo). Os dados relativos à dor muscular e qualidade de vida foram avaliados antes do início e uma semana após o fim dos tratamentos, tendo os doentes utilizado a escala visual analógica (EVA) para graduar estes critérios.Resultados: Os dados foram recolhidos num período temporal compreendido entre os meses de Dezembro e Abril. Após a sua recolha, os dados foram agrupados em tabelas de acordo com os protocolos utilizados, analisando-se cada grupo muscular de forma isolada.Discussão: Em termos de redução de dor muscular, os dados indicam que foi possível alcançar-se melhores resultados com o protocolo de terapia manual num curto período de tempo, sendo que este foi o único grupo em que não se verificou nenhum caso de agravamento dos sintomas. Analisando a questão da qualidade de vida, os resultados acabaram por ser muito semelhantes entre os diferentes protocolos. Conclusão: Apesar de não existirem diferenças significativas, os resultados sugerem que um protocolo de terapia manual, de forma isolada, possa levar a uma redução da dor mais relevante a curto prazo comparativamente aos outros protocolos. Na análise da qualidade de vida não se verificaram diferenças entre os grupos. Sugere-se a elaboração de um estudo com uma maior amostra e períodos de follow-up mais longos para compreender o real impacto destes protocolos.

Introduction: Temporomandibular disorders (TMD) consist of a set of pathologies that affect the stomatognathic system and that may have an articular and/or muscular origin. The objective of this pilot study was to evaluate the methodology for a study that establish a comparison between different physiotherapy protocols in the treatment of muscle pain in cases of TMD and to understand their impact on the reduction of muscle pain and on the patients' quality of life.Methods: Eight patients with a diagnosis of TMD (established through the DC/TMD) of muscular origin were selected. After verifying that they met the inclusion criteria, they were divided into 3 groups. Each group had a distinct intervention protocol with a basic therapy: manual therapy, therapeutic exercise and education (control). Data on muscle pain and quality of life were assessed before the beginning and one week after the end of treatments, with patients using a visual analogue scale (VAS) to grade these criteria.Results: Data were collected over a period of time between December and April. After collection, the data were grouped into tables according to the protocols used, analyzing each muscle group in isolation.Discussion: In terms of muscle pain reduction, data indicate that it was possible to achieve better results with the manual therapy protocol in a short period of time, and this was the only group in which there was no case of worsening of symptoms. Analyzing the issue of quality of life, the results turned out to be very similar between the different protocols.Conclusion: Although there are no significant differences, the results suggest that a manual therapy protocol, in isolation, can lead to a more relevant short-term reduction in pain compared to other protocols. In the analysis of quality of life, there were no differences between groups. It is suggested to carry out a study with a larger sample and longer follow-up periods to understand the real impact of these protocols.