O Impacto da Covid-19 nos Comportamentos Sexuais dos Jovens Universitários.

Abstract

Sexuality should be recognized as a vital and central component for human life, and it is important to mention that it may undergo changes throughout the life path of any individual, thus affecting their sexual behaviors. It should be noted that the main objective of this research focuses on the impact that the second confinement may have on the sexual behaviors of university students and, consequently, on their mental health, taking into account that they are one of the age groups that has a more active sexual life. An analysis of the sexual experiences of university students during the pandemic was carried out using a sample of 233 participants, 158 women, 69 men and 6 respondents who identified with another gender. A Sexual Experiences Questionnaire was administered, consisting of 6 sociodemographic questions (age, gender, course, marital status, nationality and residence) and 26 questions that aimed to analyze the impact of the second confinement on sexual life and to assess the psychological consequences that may arise from this period.The results suggest that the mental health of the youth was impacted by the second confinement, which favored the appearance of disorders, anxiety, and depressive symptoms, according to 147 (63%) participants. In addition, 138 (59.3%) college students reported that their sex lives did not show negative effects as a result of the second confinement. In addition, 30 (68.1%) of 44 (31.4%) participants who were involved in a romantic relationship during this period and who shared a home with their partner reported that they observed no changes in their sexual behaviors. Furthermore, the second confinement did not prove to have contributed to an increase in risky sexual behaviors, with 223 (95.7%) participants stating that they maintained a safe and healthy sex life. In addition, 211 (90.6%) respondents reported that the second confinement did not cause feelings of insecurity and anxiety regarding their current sexual behaviors. According to the data obtained, 119 (51%) young university students showed that they experienced their sexual life differently before the pandemic, during the second confinement and currently. In the present study, the implications for the practice of psychological counseling with young college students are also mentioned, the main limitations are listed, and suggestions for future research are indicated.

A sexualidade deve ser reconhecida como uma componente vital e fulcral para a vida humana, sendo importante referir que poderá sofrer mudanças ao longo do percurso de vida de qualquer indivíduo, podendo, desta forma, afetar os seus comportamentos sexuais. o objetivo principal da presente investigação debruça-se sobre o impacto que o segundo confinamento poderá ter nos comportamentos sexuais dos jovens universitários e, consequentemente, na sua saúde mental, tendo em conta que constituem um dos grupos etários que possui uma vida sexual mais ativa. Procedeu-se a uma análise das vivências sexuais de estudantes universitários durante a pandemia, recorrendo a uma amostra de 233 participantes, 158 mulheres, 69 homens e 6 inquiridos que se identificavam com outro género. Foi administrado um Questionário de Vivências Sexuais, composto por 6 questões sociodemográficas (idade, género, curso, estado civil, nacionalidade e residência) e 26 questões que pretenderam analisar o impacto do segundo confinamento na vida sexual e aferir as consequências psicológicas que poderão advir deste período.Os resultados sugerem que a saúde mental dos jovens foi impactada pelo segundo confinamento, que favoreceu o aparecimento de distúrbios, ansiedade e sintomatologia depressiva, de acordo com 147 (63%) participantes. Para além disto, 138 (59,3%) jovens universitários referiram que a sua vida sexual não manifestou efeitos negativos em consequência do segundo confinamento. Diga-se ainda que 30 (68,1%) de 44 (31,4%) participantes que estavam envolvidos numa relação afetiva durante este período e que partilharam casa com o/a parceiro/a relataram que não observaram alterações nos seus comportamentos sexuais. Ademais, o segundo confinamento não demonstrou ter contribuído para o aumento dos comportamentos sexuais de risco, sendo que 223 (95,7%) participantes afirmaram que mantiveram uma vida sexual precavida e saudável.Acrescente-se que 211 (90,6%) inquiridos referiram que o segundo confinamento não provocou sentimentos de insegurança e ansiedade no que toca aos comportamentos sexuais que apresentam no presente. Segundo os dados obtidos, 119 (51%) jovens universitários demonstraram que vivenciaram a sua vida sexual de uma forma diferente antes da pandemia, durante o segundo confinamento e atualmente. No presente estudo, são ainda referidas as implicações para a prática do aconselhamento psicológico com jovens universitários, elencadas as principais limitações e indicadas sugestões para futuras investigações.