DSpace Collection:https://hdl.handle.net/10316/152322024-03-28T08:47:19Z2024-03-28T08:47:19ZO olho do ser: Animalidade e expressividade em Hans JonasVasconcelos, Thiago Vinicius Rodrigues dehttps://hdl.handle.net/10316/1051722023-02-07T10:57:43Z2022-09-19T00:00:00ZTitle: O olho do ser: Animalidade e expressividade em Hans Jonas
Authors: Vasconcelos, Thiago Vinicius Rodrigues de
Abstract: Esta pesquisa tem como objetivo central analisar o estatuto ontológico da animalidade na filosofia da vida de Hans Jonas, tendo como pano de fundo os temas da visão e da expressividade animal. Com isso, busca-se evidenciar a importância que a reflexão filosófica de Hans Jonas ocupa, não apenas no âmbito da fenomenologia da vida e no horizonte dos desafios éticos da civilização tecnológica, mas, também, na análise filosófica da vida animal. Para tanto, procura-se demonstrar que, para sua análise, embora recuse o objetivismo materialista, Hans Jonas não rejeita os pressupostos da ciência, especialmente as teses da biologia de Darwin, que servem de ferramentas úteis à sua investigação e às quais é adicionado um fundamento filosófico. Dessa forma, neste trabalho, parte-se da tentativa de alocar a questão animal no centro do discurso filosófico, a fim de questionar as pretensões da filosofia tradicional de excluir os animais da posição de sujeito questionador ao aprisioná-los na condição de objeto visto/observado no horizonte da pergunta filosófica, mas que, em contrapartida, jamais vê/observa e, consequentemente, jamais formula questões. No contexto dessa análise, busca-se colocar em diálogo dois filósofos centrais para a discussão contemporânea sobre a animalidade, a saber, Heidegger e Derrida. Em segundo lugar, busca-se analisar a filosofia da vida proposta por Hans Jonas e demonstrar de que forma ela se apresenta como uma reflexão fenomenológica e ontológica que busca romper com a visão dualista e antropocêntrica, na medida em que recupera um monismo integral entre corpo e espírito, realocando o corpo no centro da discussão filosófica e acentuando as continuidades entre todas as formas de vida. Por fim, busca-se analisar de que maneira a filosofia da vida de Hans Jonas contribui para as investigações sobre a animalidade, na medida em que tal questão não é secundária, mas central, no âmbito de sua proposta filosófica. Desse modo, trata-se de demonstrar, como Hans Jonas mesmo destaca, que a problemática da continuidade e descontinuidade da vida entre animais humanos e não humanos é um dos temas constitutivos de seu empreendimento, cujo objetivo é a reinterpretação do fenômeno vital em seu conjunto. Além disso, na última parte do trabalho, pretende-se demostrar a importância do antropomorfismo crítico para a compreensão dos animais bem como o papel que a reversibilidade da visão, a expressividade e as emoções desempenham na construção de uma filosofia da vida animal. Ao afirmar que mesmo em suas formas elementares o orgânico prefigura o espiritual e, igualmente, que mesmo nas suas formas mais elevadas o espiritual se mantém como parte do orgânico, Hans Jonas se distancia da postura filosófica que posiciona o ser humano em um lugar de privilégio face aos outros viventes. A expressividade que aparece no ser humano na forma da linguagem abstrata, do pensamento racional e da criação estética só pode ser herdeira da expressividade animal, que ao desprender-se do solo do mundo abriu os olhos para vê-lo e se expor dentro dele para ser visto.; The main objective of this research is to analyze the ontological status of animality in Hans Jonas' philosophy of life having the themes of vision and animal expressiveness as a backdrop. In this way, this research aims to highlight the importance that Hans Jonas' philosophical reflection occupies not only in the scope of the phenomenology of life and in the horizon of ethical challenges of technological civilization, but also the philosophical analysis of animal life. Therefore, it intends to demonstrate that, for his analysis, although he refuses materialist objectivism, Hans Jonas does not reject the presuppositions of science, mainly, Darwin's biology theses which serve as useful tools for his investigation and to which a philosophical foundation is added. Thus, in this research, the starting point is the attempt to place the animal issue at the center of the philosophical discourse to question the claims of the traditional philosophy of excluding animals from the position of questioning subject by imprisoning them in the condition of seen/observed objects in the horizon philosophical inquiry, but which, on the other hand, never see/observe and consequently, never pose questions. In the context of this analysis, it plans to bring into dialogue two major philosophers on the contemporary debate on animality, namely, Heidegger and Derrida. Second of all, it intends to analyze the philosophy of life proposed by Hans Jonas and how it presents itself as a phenomenological and ontological reflection that objects to break up with the dualistic and anthropocentric view as it recovers an integral monism between body and spirit, repositioning the body at the center of the philosophical discussion and highlighting the continuities between all forms of life. Finally, it objects to analyze in what manner Hans Jonas’ philosophy of life contributes to researches about animality as this question is not secondary, but central in the scope of his philosophical proposition. In this manner, concerns demonstrating, how Hans Jonas himself emphasizes, that the problem of continuity and discontinuity of life between human and nonhuman animals is one of the constitutive themes of his project, which goal is the reinterpretation of the life phenomenon as a whole. In addition, in the last part of the research intends to demonstrate both the importance of the critical anthropomorphism to the comprehension of animals and the role that vision reversibility, expressiveness and the emotions play in the construction of a philosophy of animal life. By stating that even in its elementary forms the organic prefigures the spiritual and, equally, that even in its highest forms the spiritual remains as part of the organic, Hans Jonas distances himself from the philosophical posture that places the human being in a place of privilege before other living beings. The expressiveness that appears in human being in the form of abstract language, rational thought and aesthetic creation can only be a successor to the animal expressiveness, which, by detaching itself from the soil of the world, opened its eyes to see that world and to expose itself within that world to be seen.; L’objectif principal de cette recherche est d’analyser le statut ontologique de l’animalité dans la philosophie de la vie de Hans Jonas avec pour toile de fond les thèmes de la vision et de l’expressivité animale. Ainsi, on s’attache à mettre en évidence l’importance qu’occupe la réflexion philosophique de Hans Jonas non seulement dans le cadre de la phénoménologie de la vie et dans le contexte des défis éthiques de la civilisation technologique, mais aussi dans l’analyse philosophique de la vie animale. À cet effet, on cherche à démontrer que, pour son analyse, bien que refusant l’objectivisme matérialiste, Hans Jonas ne rejette pas les présupposés de la science, en particulier les thèses de la biologie de Darwin, qui servent d’outils utiles à son investigation et auxquelles un fondement philosophique est ajouté. De cette façon, dans ce travail, on part de la tentative de placer la question animale au centre du discours philosophique, afin d’interroger les prétentions de la philosophie traditionnelle à exclure l’animal de la position de sujet qui pose des questions en l’emprisonnant dans la condition d’objet vu/observé dans le contexte de la question philosophique, mais qui en revanche ne voit/observe jamais et, par conséquent, ne pose jamais de questions. Dans le cadre de cette analyse, on cherche à faire dialoguer deux philosophes centraux de la discussion contemporaine sur l’animalité, à savoir Heidegger et Derrida. Dans un deuxième temps, il est question d’analyser la philosophie de la vie proposée par Hans Jonas et de démontrer comment elle se présente en tant que réflexion phénoménologique et ontologique qui cherche à rompre avec la vision dualiste et anthropocentrique, dans la mesure où elle récupère un monisme intégral entre corps et esprit, replaçant le corps au centre de la discussion philosophique et mettant l’accent sur les continuités entre toutes les formes de vie. Enfin, on cherche à analyser comment la philosophie de la vie de Hans Jonas contribue aux investigations sur l’animalité, dans la mesure où une telle question n’est pas secondaire, mais centrale dans le cadre de sa proposition philosophique. Ainsi, il s’agit de démontrer, comme le souligne Hans Jonas lui-même, que la problématique de la continuité et de la discontinuité de la vie entre les animaux humains et non humains est l’un des thèmes constitutifs de son entreprise, dont l’objectif est la réinterprétation du phénomène vital dans son ensemble. De plus, dans la dernière partie de ce travail, il est question de démontrer l’importance de l’anthropomorphisme critique dans la compréhension des animaux ainsi que le rôle que la réversibilité de la vision, l’expressivité et les émotions jouent dans la construction d’une philosophie de la vie animale. En affirmant que même dans ses formes élémentaires l’organique préfigure le spirituel et, également, que même dans ses formes les plus élevées le spirituel reste partie de l’organique, Hans Jonas s’éloigne de la posture philosophique qui positionne l’être humain à une place de privilège vis-à-vis des autres êtres vivants. L’expressivité qui apparait chez l’être humain sous la forme du langage abstrait, de la pensée rationnelle et de la création esthétique ne peut être qu’héritière de l’expressivité animale, qui, en se détachant du sol du monde, a ouvert les yeux pour le voir et s’y exposer pour être vue.
Description: Tese de Doutoramento em Filosofia, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra.2022-09-19T00:00:00ZA Carne do Real : Merleau-Ponty e a PsicanáliseSantos, Renato doshttps://hdl.handle.net/10316/1051672023-08-09T09:29:44Z2021-12-17T00:00:00ZTitle: A Carne do Real : Merleau-Ponty e a Psicanálise
Authors: Santos, Renato dos
Abstract: O objetivo da presente tese é mostrar que o real, o imaginário e o simbólico estão entrelaçados carnalmente. Com isso, será possível mostrar que i) não há sobreposição entre real, simbólico e imaginário, mas todos possuem o mesmo peso de igualdade; ii) sendo o real o impossível de ser dito, de ser escrito, é o que permite pensar a indeterminação do mundo enquanto origem, enquanto um princípio absoluto de identidade; iii) por fim, o real enquanto o que impede a coincidência imaginária do eu consigo mesmo, permite que haja a experiência da alteridade, revelada enquanto estranhamento (Unheimlichkeit), sentida no íntimo de si mesmo enquanto algo estranho. Essas implicações serão possíveis após minuciosa análise de conceitos de Merleau-Ponty, Freud e Lacan, fazendo ressaltar a interlocução entre fenomenologia e psicanálise em torno de temas cruciais ligados à arqueologia de nossa existência.; The objective of this thesis is to show that the real, the imaginary and the symbolic are carnally intertwined. With this, it will be possible to show that i) there is no overlap between the real, symbolic and imaginary, but they all have the same weight of equality; ii) the real being the impossible to be said, to be written, is what allows us to think about the indeterminacy of the world as an origin, as an absolute principle of identity; iii) finally, the real as what prevents an imaginary coincidence of the self with oneself, allows for an experience of otherness, revealed as the strangeness (Unheimlichkeit), felt within oneself as something strange. These occurrences will be possible after a thorough analysis of concepts by Merleau-Ponty, Freud and Lacan, highlighting the interlocution between phenomenology and psychoanalysis around crucial themes linked to the archeology of our existence.
Description: Esta tese foi elaborada em regime de cotutela entre a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Brasil, e Universidade de Coimbra (UC), Portugal.; Tese de Doutoramento em Filosofia apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.2021-12-17T00:00:00ZDas aporias da responsabilidade à "fábula do sujeito": a gênese conjunta da subjetividade e da responsabilidade segundo DerridaVieira, Denise Vicentino Dardeauhttps://hdl.handle.net/10316/1051152023-02-03T11:42:41Z2018-04-12T00:00:00ZTitle: Das aporias da responsabilidade à "fábula do sujeito": a gênese conjunta da subjetividade e da responsabilidade segundo Derrida
Authors: Vieira, Denise Vicentino Dardeau
Abstract: Esta tese tem como objetivo geral refletir sobre o tema da subjetividade e da responsabilidade no escopo do pensamento de Jacques Derrida. A hipótese a ser defendida refere-se à percepção de que a subjetividade se constitui a partir da sua gênese conjunta com a responsabilidade, demonstrando que o dito “sujeito” em sede desconstrutiva é um “sujeito” ex-apropriado de si (em primeiro lugar pela experiência da língua) e obrigado a responder ao outro, pelo outro e diante do outro (posteriormente pensado como “absolutamente todo e qualquer outro”), salientando assim a primazia do outro relativamente ao dito “sujeito”, dando a pensar o registro “hetero-autonômico” da desconstrução. Esta formulação permitirá repensar os fundamentos teóricos de uma concepção de subjetividade autônoma e ipsocrática, bem como a concepção tradicional de ética e de responsabilidade. Através dos “conceitos” de escrita, rastro e différance, a reformulação destes fundamentos teóricos partirá da desconstrução do logo-fonocentrismo do pensamento metafísico ocidental, ancorado no ideal de presença.
Neste sentido, a trajetória desta tese se constrói no intuito de demonstrar que, no âmbito da desconstrução, o dito “sujeito” é pensado a partir da experiência de ex-apropriação de si tendo em conta a anterioridade da vinda do outro que me obriga a uma relação de responsabilidade, atestando, neste gesto, um outro sentido de “responsabilidade”, de “subjetividade” e de “ética”. Em suma, afirma-se que o dito “sujeito” só é “sujeito” na medida em que se assujeita, se expõe, se abre à resposta, à vinda do outro, ao seu chamamento e convocação os quais são impossíveis de evitar – só assim, isto é, só no desvio, na différance e na ex-apropriação de si é que se pode falar em singularidade, identidade e unicidade no escopo do pensamento derridiano, tecendo, desde então, uma outra concepção ou um outro entendimento acerca do “sujeito” e da “responsabilidade” que diferem da perspectiva tradicional.
Por isso, numa perspectiva hetero-autonômica, o dito “sujeito” não poderá mais ser pensado como presença a si, como origem de si e do mundo, como voz da consciência que dá a si a sua própria lei, como estância ou estabilidade, como propriedade, calculabilidade, liberdade, vontade, etc. Para Derrida, estes predicados que caracterizam tradicional e historicamente o dito “sujeito” não é outra coisa senão uma fábula, construída a partir de uma
matriz de pensamento logo-fonocêntrica na qual se consubstanciam as ideias de presença, origem, verdade, voz, consciência.
Description: Tese de Doutoramento em Filosofia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ao Departamento de Filosofia, Informação e Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em regime de cotutela.2018-04-12T00:00:00ZInside the Practice Room: a philosophical study on musical performanceNeves, Margarida Alexandra Teixeirahttps://hdl.handle.net/10316/1016512022-09-06T20:43:50Z2022-07-11T00:00:00ZTitle: Inside the Practice Room: a philosophical study on musical performance
Authors: Neves, Margarida Alexandra Teixeira
Abstract: The aim of this theoretical and practical research was to look for answers to the question “How do musicians create music from the score?”, motivated by the insufficiency we found in our own musical practice and suspect present in the practice of other musicians within the Western art music tradition. Our focus was on the specificity of music written in the last century that stands outside the tonal canon, to which we called Newer Music. Such specificity, however, led us to find more general things about how music happens in performance.
After uncovering the assumptions and ontological misconceptions about the musical work, centered on the distinction between work and performance both in the practice of Newer Music as in philosophical studies, we developed a preliminary ontology of musical works as performance that could give us an unbiased ground to enter the practice room and investigate the process of learning a score. We found that the key to music is on variability, and difference to be a requisite in musical practice. This should only sound trivial if we are not aware of the invisible performer paradigm that permeates the practice of Newer Music, and of our listening culture composed mostly of recorded music, both inviting an auditory focus on what is similar between different hearings of the same musical work.
But variability, on its own, is an insufficient condition for music to happen, in the same way as the strictness of complying perfectly to the score. However, if the missing sufficient condition exists only within variability, in the blanks left by musical notation, the answer to music must be in such variability. It is through variability that musicians create music. The question is, then, about the difference between a variability that creates music, and a variability that does not. We rejected the answers that focus on the musical text, whether from musicology, musical analyses, or philosophy, and went on to find a model of musical performance in which musical agency happens within a relation between causation, skill, and intention, setting music in motion through a constantly renewing anticipation of what will sound next.
We assembled this model through the experience and practice of Newer Music, laying emphasis on what musicians must do to make it happen, but the specific questions prompted by this specific music led us to conclusions that might broadly include different music and different musical practices, within and outside the written tradition. It might, thus, be considered a model for musical performance in general. This investigation is mainly a philosophical study, informed by musical practice, or musical practice informed by a philosophical study. In any case, relevant questions, that can motivate a continued philosophical discussion, as well as promote a musical practice less crushed by historical conditioning, were laid.; O objectivo desta investigação teórico-prática foi a busca por respostas à pergunta “Como criam os músicos música partindo da partitura?, motivada pela insuficiência que encontrámos na nossa própria prática musical e suspeitamos presente na prática de outros músicos na tradição ocidental (Western art music). O nosso foco foi na especificidade da música escrita no último século e que se destaca do cânon tonal, à qual chamámos Mais Nova Música (Newer Music). Tal especificidade, contudo, conduziu-nos a encontrar respostas mais gerais sobre o modo como a música acontece na performance.
Após descobrir as assumpções e os equívocos ontológicos sobre a obra musical, centrados na distinção entre obra e performance, quer na prática da Mais Nova Música, quer em estudos filosóficos, desenvolvemos uma ontologia das obras musicais preliminar que nos pudesse oferecer uma base desinteressada antes de entrar na sala de ensaio e investigar o processo de aprender uma partitura. Descobrimos que a chave para a música está na variabilidade, e a diferença como requisito na prática musical. Tal só poderia soar trivial se não estivéssemos cientes do paradigma do performer invisível que permeia a prática da Mais Nova Música, e da nossa cultura de ouvintes composta sobretudo por gravações de música, ambos convidando a um foco auditivo naquilo que é semelhante entre diferentes audições da mesma obra musical.
Mas a variabilidade, por si só, é uma condição insuficiente para que a música aconteça, do mesmo modo que a rigidez de realizar a partitura na perfeição também o é. Contudo, se a condição suficiente em falta existe apenas na variabilidade, nos espaços em branco da notação musical, a resposta para a música deverá encontrar-se nessa variabilidade. É através da variabilidade que os músicos criam a música. A pergunta é, então, sobre a diferença entre a variabilidade que cria música, e a variabilidade que não o faz. Rejeitámos as respostas que se focam no texto musical, tanto da musicologia, da análise musical ou da filosofia, e prosseguimos para encontrar um modelo da performance no qual a agência musical acontece numa relação entre causa, perícia e intenção, colocando a música em movimento através uma antecipação continuamente renovada daquilo que soará a seguir.
Desenvolvemos este modelo sobre e através da experiência e prática da Mais Nova Música, colocando ênfase naquilo que os músicos devem fazer para que a música aconteça, mas as questões específicas solicitadas por esta música específica dirigiram-nos a conclusões que poderão incluir outras músicas e outras práticas musicais, dentro e fora da tradição escrita. Pode, por isso, ser considerado um modelo geral para a performance musical. Esta investigação é sobretudo um estudo filosófico, informado pela prática da música, ou uma prática da música informada pelo estudo filosófico. Em qualquer dos casos, foram colocadas questões relevantes que podem motivar uma discussão filosófica continuada, bem como promover uma prática da música menos subjugada a condicionamentos históricos.
Description: Tese de Doutoramento em Filosofia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.2022-07-11T00:00:00Z