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Name
Noronha, Isabel
 
Variants
Isabel Noronha
 
 
Biography
Nascida em 1964 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique no período colonial português. De origem portuguesa e goesa, a sua família permaneceu em Moçambique após a Independência deste país.

Em 1984, aos vinte anos de idade, Isabel Noronha inicia o seu percurso de cineasta no Instituto Nacional de Cinema, aprendendo a profissão com realizadores e técnicos moçambicanos, na prática do Kuxa kanema ( jornal cinematográfico de actualidades), documentários e filmes de ficção produzidos nesta instituição.[3]Aí realiza os seus dois primeiros documentários em película: Hosi Katekisa Moçambique e Manjacaze ( documentário de guerra).

Depois do incêndio do Instituto Nacional de Cinema, começa a trabalhar como cineasta independente. É membro fundador da primeira Cooperativa Independente de Vídeo (COOPIMAGEM). Neste contexto, realiza em 1991 o documentário Assim na Cidade , sobre crianças refugidas de guerra, que vendem jornais na cidade de Maputo. Já mãe de uma filha ( Lara Carolina Noronha Abranches de Sousa, 1991), persegue o seu sonho de estudar psicologia, curso que só começou a existir em Moçambique em 1986, após a criação do Instituto Superior Politécnico e Universitário, primeira universidade privada do país. Em 2002 termina a licenciatura em Psicologia Clínica e Aconselhamento e passa a leccionar nesta instituição as disciplinas de Psicanálise, Psicologia Social, da Comunicação, da Personalidade e das Emoções. Em 2007, termina o seu mestrado em Saúde Mental e Clínica Social pela Universidade de Léon, Espanha.

A partir de 2003 passa a compaginar a sua actividade de docente e psicoterapeuta de inspiração analítica, com a actividade de cineasta. Faz parte do grupo de cineastas que funda a Associação Moçambicana de Cineastas ( AMOCINE). Realiza com subvenção do Fundo de Apoio ao Cinema o documentário Sonhos Guardados e em 2007, a sua primeira longa-metragem documental, Ngwenya, o crocodilo sobre o pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya, em que inicia um percurso de utilização experimental de metodologia uma dialógica para a escrita e realização de documentário, que virá a utilizar daí em diante em vários dos seus documentários.

Sempre interessada em temáticas sociais, depara-se no seu país, aquando da realização dos seus documentários, com um denso silêncio sobre as histórias pessoais, familiares e políticas, que atravessa todas as trajectórias sociais, obrigando-a a pensar a utilização do dispositivo de cinema como meio para fazer face aos indizíveis da História do país e, simultaneamente, como ferramenta terapêutica. Este movimento inicia com Trilogia das Novas Famílias, uma trilogia documental sobre os novos modelos familiares de Moçambique, como resultado da síndrome da imunodeficiência adquirida.[2]. Colocada ao longo deste processo face à necessidade de certos sujeitos, expostos a situações de risco ( tanto psicológico como social ou político), poderem contar as suas histórias mantendo contudo o anonimato inicia, junto com Vivian Altman, realizadora franco-brasileira de animação, uma série de filmes em que misturam técnicas de documentário e animação. São exemplo desta pesquisa metodológica e formal, Mãe dos Netos, um filme sobre uma avó ao cuidado de quem ficaram 14 netos depois da morte de seu filme e suas 7 esposas; SALANI , sobre crianças traficadas na fronteira entre Moçambique e a África do Sul; Meninos de Parte Nenhuma, sobre crianças escravizadas por adultos dentro das suas próprias famílias ou tendo sido retiradas destas.

Em 2012, co-realiza com três outras realizadoras( Altman (Brasil), Firouzeh Khosrovani (Irão), Irene Cardona (Espanha), Espelho Meu' [4], o primeiro dos seus filmes com uma temática de género, sobre mulheres de diferentes lugares do mundo ao espelho. No mesmo sentido, com realiza com Camilo de Sousa, Na Dobra da Capulana.

Ao longo deste percurso, vai-se dando conta de que necessita de mais ferramentas teóricas, para além da psicologia, para compreender as realidades sociais com que se depara. Inicia então, o doutorado em Antropologia Social na UNICAMP, Brasil, que termina em 2018.
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Issue DateTitleAuthor(s)TypeAccess
125-Nov-2019Soberania Alimentar no Machimbombo e na aldeia: gênero na perpectiva Sul-SulLiberato, Rita Simone; Moutinho, Laura; Noronha, Isabel ; Bagnol, BrigittearticleopenAccess